Minhas palavras
Rebelaram-se na língua
E silenciaram-me:
Que, de sujo sou,
Não é direito meu
Falar-te
Mas desejo,
De trás pra frente
Sublinhado e
De todos os jeitos possíveis,
Tentar.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Anna
Amigo Imaginário
Vagando por entre medos e outros nós.
Sou o cigarro fumado sem vontade,
Sou os agudos das notas da verdade,
Sou todo motivo de dor, sou todo dó.
Eu sou um interminável vazio existencial,
Sou as entranhas derramadas de Deus.
Eu sou litros de uma humanidade podre,
Sou o grunhido da morte, sou cativo,
Sou ativo e sou passivo, sou permissivo
Não permitido por lei, por bem ou por mal,
Ilegal, vicioso, tendencioso e imoral;
Eu sou tudo que a sociedade apoia.
Sou um sem teto, sem medo nem vontade,
Eu sou a cortina que esconde a claridade,
Sou o cativeiro, sou a doença, sou a morte.
Sou os loucos que perderam-se na sorte,
Eu sou o ontem, o hoje e o amanhã.
No sufoco, quando atravessa a epiderme
Eu sou a vaga noção que me restou.
Não tente fugir de mim, criança,
Eu sou aquilo que você criou.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Cores de um quadro cinza.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Abóbora
Então descobre
o rosto encoberto de
mágoas, afaga meu
peito e me fere em
rancor, quem deu teu
direito de não mais
estar entre o abismo
e a dor que o pouco me
traz quando a falta que
faz engole o meu sentir?
Não vou mais ficar nesse
teu ir e vir de palavras
e sonhos, sou todo teu,
torto, sou todo teu,
morto e sem rima,
triste e perdido,
quebrado,
sentido,
alegre,
deprê.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016
Nua e crua.
Essa é a parte onde eu defeco sobre as suas aspirações, sonhos, ideias e leis morais para que a sociedade possa progredir ao enxergar que esse modo é puramente animal e ilógico, impróprio e inadequado para todos aqueles que ainda habitam o nosso ambiente. Piso com meu calcanhar da verdade e da ciência, da filosofia e do entendimento, sobre os tantos que não conseguiram progredir em escala aritmética, tendo permanecido iguais ou praticamente iguais ao longo dos anos passados.
Eu não admiro vocês.
Eu não suporto vocês.
Eu quero que vocês se fodam.
Outono
Tuas folhas acariciam minha pele
E batem na calçada, secas,
Amargas e sem cor, não é
Outono, amor, teu verão é gelado
E o desespero arrepia a nuca
Enquanto o calor que exalo
Apenas seca as tuas folhas.
Sara desse cinza que te guia,
Lê minhas palavras de apelo,
Agonia-te por tristeza ser sentir
E sentir ser tudo que eu te peço.