quarta-feira, 30 de maio de 2018

Talvez eu queira desligar e só não saiba como. Minha alegria aparente pode ser muito bem um mecanismo de defesa que me protege de sentir qualquer coisa que vá além do básico. Eu atravesso a rua, eu como vegetais, eu faço exercício. Não me lembro de ter sentido a pele de alguém com um intuito não sexual, será que isso só existe na infância? Hoje eu vi um filme que me lembrou dela. Será que ela teria orgulho de todos os nós que demos na sua ausência? Será que ela chegaria aqui e desistiria do mundo, de novo e de novo, como nós fizemos? Passo a mão no meu cabelo pra procurar conforto. Acalme-se, menino. Um passo de cada vez.