sexta-feira, 30 de março de 2012

Sem Cor.

Talvez não exista mais esperança.
Será verdade? Onde está o padre?
Doze badaladas para mais uma oração.
Não acaba a hipocrisia, ela só cresce.
Ela é como um poema, um poema sem rima.
Sem rima e sem cor.

terça-feira, 27 de março de 2012

Só Mais Cinco Minutos.

Fechei os olhos, e de repente minha imaginação se tornou a realidade.
Não sabia diferenciar o real do imaginário, mas aquela que deveria estar lá, não estava.
Eu chorei.
As vozes riram.
E continuaram rindo, depois desapareceram.
Aquele medicamento que tomei não me fez muito bem.
Acordo.
Estou deitado na cama, e apenas cinco minutos se passaram.
Quanto tempo vai durar essa noite insuportável?
Encontro meu celular, coloco uma música calma para tocar.
Ela está diferente.
Perdi o negro dos meus olhos, a escuridão.
Onde está a minha?
Por que não posso fechar os olhos e ver o absoluto nada?
Está tudo acabado.
Talvez não seja mesmo o monstro de antes, talvez tudo tenha mudado.
Eu duvido.
As vozes também.
Aparecem mais vozes, e dessa vez desconhecidas.
Fico com medo e pego minha faca.
Não teria coragem de matar alguém de novo, teria?
Eu mudei, e estou feliz assim.
Sinto a ponta de uma navalha nas minhas costas, viro para atacar seja lá quem for.
Não tem mais ninguém nesse quarto.
Sou só eu e minhas lembranças.
Ou são só elas sem mim finalmente.
Por que não consigo te ver?
Talvez só os vivos possam ser vistos.
Memória.
Me procuro em lágrimas, encontro a solidão das brechas escuras.
Sinto meu estômago contestar o sentido de tudo aquilo.
Corro pro banheiro.
Abro a torneira, lavo o rosto.
Seria tão mais fácil se, ao colocar o dedo na garganta, expelisse tudo de ruim de dentro de mim...
Talvez eu mereça mesmo morrer.

Adoeceu.

Sob meu sorriso, está refletida a face da atuação.
Sob minhas lágrimas, está escondido o ritmo de um coração.
Sob minha pele, está alojada a dor de uma memória.
Sob minhas unhas, estão escritos os rascunhos de uma história.

Sobre meu caráter, está colocada uma máscara.
Sobre minha bondade, está afixada a malícia.
Sobre minha sanidade, está inserida a loucura.
Sobre meu passado, está apoiada a esperança.

Entre os meus dedos, está a falta que fazem os seus.
Entre meus braços, está o resto do que o tempo levou.
Entre meus segundos, está a ausência da vontade de um futuro.
De um futuro que não acontece mais.

Oh futuro, oh Futuro!
Onde está você que me deixou em paz?

domingo, 4 de março de 2012

Felicidade, Minha...

A felicidade é algo engraçado.
De vez em quando a gente se esbarra, não é como se a gente pertencesse a mim, e eu a ela.
Você me completa, e sabe porque eu não sei viver direito.
Tudo que acontece não é culpa de nós dois, mas a gente pode mudar.
Ah, felicidade...
Seu sorriso não me abraça mais.
Deixa a vida levar a gente, deixa o mundo levar as estrelas.
Não temos nada a perder, não é?
Vem comigo, felicidade, eu sei que você também quer.
Não liga mais pra mim, menina, só estou aqui pra te acompanhar.
Só saberei fazer isso olhando nos teus olhos, me desculpe.
Mas enquanto puder encará-los, tudo ainda vai fazer sentido.
Tudo sempre vai fazer sentido enquanto você for a minha felicidade.

Mais Torta.

Eu comi torta, torta é muito bom.
E minha vida está com um cheiro estranho.
Não acho que ela não tenha um cheiro estranho normalmente, mas hoje está mais forte.
Depressão é o que devia estar cheirando nesse momento.
Esqueci-me dela!
Espero que não tenha queimado.
Novamente, não sei o que acontece ao meu redor.
Tudo parece tão confuso novamente, tão... alinhado!
A guitarra continua no lugar, mas se quisesse se tocaria sozinha.
Nada no meu mundo precisa de mim para que aconteça.
Talvez esse seja o motivo da minha infelicidade.
Se pegar o celular agora, tenho certeza de que ele reclamará.
Deve estar falando com meus amigos por mim também.
Acho que criei um universo tão perfeito na minha cabeça que se eu parasse ele continuaria andando.
Eu não dependo mais do tempo para existir.

sábado, 3 de março de 2012

Sem (Ter Algum) Título.

Sou o completo tudo do que for. Ainda ando por aí, inventando pecados capitais. Vejo a história como meu diário pessoal, e o futuro como minha opção de vida. Não creio na velhice, não creio na morte, e a vida já deixou esse quarto há tempo suficiente para deixar a neblina tomar o lugar. Respiro tendências, e ignoro aspirações. Tudo que sou já não passa de tudo que há. Sou o meu próprio Deus, e sou o meu próprio Eu. Sou quem não queriam que o bom fosse, e quem não queriam que o mau se tornasse. Sou o lago de fogo, sou a chama da esperança. A luz é só mais uma ilusão enquanto o corpo toma a escuridão ao redor de mim mesmo. Eu sou o macabro, eu sou a solução. Eu sou o fim.