sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Perdão?

Estou com insônia, de novo.
Acho que dormir não é o meu forte.
Talvez eu esteja ficando louco.
Não consigo dormir, fico sonhando com coisas que jamais vão acontecer, sonhando acordado, esquecendo, sonhando de novo, parando pra pensar por segundos que preciso dormir e voltando a pensar.
Eu não aguento mais quem sou eu, e não ligo a mínima para o que acho de mim mesmo, muito menos para o que os outros acham.
Mas tudo ficará bem visto que tenho que acordar em menos de duas horas e não preguei os olhos nem a boca nessas últimas duas horas que se passaram.
Será que eu morri?
Não posso ter morrido, posso? Será que sou insano o suficiente para não me dar conta de minha própria morte?
E se morri, por que não lembro?
A morte é algo que deveria ser lembrado, pelo menos por pessoas normais.
E agora?
Um tiro? uma overdose?
Tenho que admitir que não sou criativo nem para mortes, seja lá qual tenha sido a minha.
Esqueço de quem sou, esqueço de quem fui, se é que fui alguma coisa.
Alguma coisa que valha a pena lembrar.
Marcas.
Orgulho, vingança, ódio, rancor, raiva, depressão, olhos, impressão, lágrimas, fim, dor, vazio.

Me desculpe por tudo.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Vício

Eu tenho a sensação de estar ficando  viciado.
Tenho essa sensação constantemente.
De estar ingerindo uma droga cujo efeito colateral é me causar lapsos de memória e me fazer esquecer que eu a uso, e acabo lembrando em momentos de desespero antes de esquecer de novo.
Acho que estou viciado, mas não faço idéia no que poderia ser.
Eu penso estar louco, e essa droga já acabou com todo o meu sistema imunológico. Eu estou apodrecendo de dentro pra fora e não consigo fazer nada pra mudar isso, porque seja lá o que eu esteja tomando, é tão bom que eu me recuso a parar.
Eu não sei mais o que estou fazendo, eu não sei mais quem sou eu.
Eu estou me tornando um doente, e não ligo a mínima.
De que adianta parar, se  não vou lembrar que parei ou com o que parei?
Eu me vicio nessa droga todos os dias, e isso está me deixando louco.
O que me leva a duas últimas questões.
Será que precisei esquecer o suficiente de quem sou para conseguir conviver comigo mesmo?
E será que, caso eu continue usando-a, conseguirei esquecer o suficiente de mim mesmo para esquecer quem sou eu?
Onde está essa maldita droga?