quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Desconstrução do Contrato Social

É perceptível o modo como o universo segue padrões. Sempre que uma célula se sobressai, ela se une a outra célula sobressalente e forma um sistema, que cresce até ser destruído por uma força maior. A natureza funciona dessa forma: os mais fortes unem-se contra os mais fracos e assim se conquista o ecossistema, garantindo a sobrevivência da espécie. A força maior quase nunca é algo já antes previsto pelo grupo, sendo, quase sempre, percebido tarde demais. Não que, a essa altura, eles tenham algum motivo pra pensar nisso (isso fica para conhecimento geral), mas a vida pode ser prevista, medida e ajustada de acordo com a vontade de seu interlocutor - contanto que cada variável seja analizada, que o gráfico tridimensional de possibilidades seja feito, que cada incerteza seja medida e descartada, estudada e catalogada como de maior ou menor probabilidade - que, nesse caso, é sinônimo de relevância. Sendo assim, é muito simples, para um sistema de maior intelecto - seja ele formado por uma ou mais mentes(1) - antecipar as ações de uma determinada parte do ambiente ou de um determinado grupo da sociedade, podendo prever o que os lesione, inclusive, armar-se dos meios mais efetivos para defender-se ou atacar de volta. Não existe paz. O mundo é uma eterna guerra, cada vida tenta respirar o máximo possível, mesmo que isso signifique outra respirando menos. Essa regra não se aplica, no entanto, quando não existe um conflito de interesses entre dois sistemas. Inclusive socialmente, dois sistemas - igualmente brilhantes, ou um se beneficiaria em cima do outro, como já foi discutido - podem se unir para a existência de um maior que trará vantagem a ambos. Nesse caso, esse conjunto se torna competidor de outro que defende interesses contrários e assim sucessivamente. Desde a década de 70, tem existido um grupo de indivíduos que procura se desvincular desse processo, optando por formas de sociedade primitivas (autossuficiência feudal), mas vê-se a impossibilidade da evolução desse movimento enquanto o próprio capital não é desvalorizado, chegando assim em um empasse: é preciso terreno, comida e novas regras sociais, mas é necessário utilizar do modelo vigente para a construção de algo novo - coisa que o próprio sistema, como um organismo pensante, jamais permitirá, pois implica na destruição daquilo que ele acredita.
(1) eu ainda vou chegar lá.


I - Sobre sistemas auto-destrutivos
Como dito antes, a destruição de um sistema só pode ser causada por algo de maior potência que interfira em seu equilíbrio. Essa força pode se apresentar de duas maneiras, sendo elas:
Intelectualmente:
Isso acontece quando ocorre uma desconstrução das ideias que ligam as células formadoras do sistema uma à a outra. Esse tipo de situação ocorre quando há uma divergência entre pontos de vista, que pode ser causada por diversos fatores - tanto internos quanto externos -, começando a se espalhar, a partir do seu ponto de origem, de forma progressiva,  até corromper o organismo como um todo; ou
Fisicamente:
Quando o sistema enfrenta perdas reais de membros (ou chance de).
(continua)

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