segunda-feira, 10 de outubro de 2016

O louco.

Eu me condeno, de certa forma, por preservar a razão dentro de mim. Queria ser o louco nesse mundo, pois a razão gerou a guerra. A razão gerou o capitalismo, a fome, a desigualdade e todo o resto. O sentimento, por outro lado, gerou a arte e moldou a arte. Talvez a razão tenha tentado imitar, mas que pouca arte em razão demais! Mas que triste é o sóbrio, o intelectual, o crítico. Afortunados são os ignorantes da razão, que pouco sentem seu gosto amargo. Talvez melhor fosse se acreditássemos nos xamãs, nos signos e nos ciganos. Talvez houvesse então combustível pra continuar respirando o ar da natureza ao invés de trabalhar pela manutenção de uma total falta de objetivo. A razão criou o dinheiro. O sentimento também matou, mas quão poucas foram essas mortes perante a soberania de tudo que é lógico? O sentimento faz sofrer, mas o que é viver sem dor? E digo mais: o amor até dói e castiga a razão, mas a razão dói e afoga o amor. A razão sorri, mas o sentimento chora. A razão consola, mas o sentimento afaga. A razão comanda, mas o sentimento pede, chora, sofre e cala.

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