terça-feira, 27 de março de 2012

Só Mais Cinco Minutos.

Fechei os olhos, e de repente minha imaginação se tornou a realidade.
Não sabia diferenciar o real do imaginário, mas aquela que deveria estar lá, não estava.
Eu chorei.
As vozes riram.
E continuaram rindo, depois desapareceram.
Aquele medicamento que tomei não me fez muito bem.
Acordo.
Estou deitado na cama, e apenas cinco minutos se passaram.
Quanto tempo vai durar essa noite insuportável?
Encontro meu celular, coloco uma música calma para tocar.
Ela está diferente.
Perdi o negro dos meus olhos, a escuridão.
Onde está a minha?
Por que não posso fechar os olhos e ver o absoluto nada?
Está tudo acabado.
Talvez não seja mesmo o monstro de antes, talvez tudo tenha mudado.
Eu duvido.
As vozes também.
Aparecem mais vozes, e dessa vez desconhecidas.
Fico com medo e pego minha faca.
Não teria coragem de matar alguém de novo, teria?
Eu mudei, e estou feliz assim.
Sinto a ponta de uma navalha nas minhas costas, viro para atacar seja lá quem for.
Não tem mais ninguém nesse quarto.
Sou só eu e minhas lembranças.
Ou são só elas sem mim finalmente.
Por que não consigo te ver?
Talvez só os vivos possam ser vistos.
Memória.
Me procuro em lágrimas, encontro a solidão das brechas escuras.
Sinto meu estômago contestar o sentido de tudo aquilo.
Corro pro banheiro.
Abro a torneira, lavo o rosto.
Seria tão mais fácil se, ao colocar o dedo na garganta, expelisse tudo de ruim de dentro de mim...
Talvez eu mereça mesmo morrer.

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