domingo, 23 de agosto de 2015

Mármore.

Acordo sufocando, tossindo e lacrimejando, olho para a mulher nua ao meu lado na cama e sinto nojo. Quase no mesmo instante, borbulham dentro de mim os restos do jantar de ontem e o gosto de vômito preenche a minha boca. Encontro a lata de lixo e despejo minhas decepções nela. Despejo nela meus desejos e meus medos, minha ansiedade e um resto de frango. Vou pro banheiro, escovo os dentes e acendo um cigarro. Olho-me no branco doente do espelho e o gosto ruim me volta à boca. Dirijo-me à privada, agora ainda mais empenhado a despejar meus males, mas nada sai. Paro ali em frente ao mármore e, ajoelhado nos azulejos frios do banheiro sujo, meus olhos se enchem de dor.

É tudo culpa sua.

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