quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Amigo Imaginário

Eu sou a constante de rejeição humana
Vagando por entre medos e outros nós.
Sou o cigarro fumado sem vontade,
Sou os agudos das notas da verdade,
Sou todo motivo de dor, sou todo dó.
Eu sou um interminável vazio existencial,
Sou as entranhas derramadas de Deus.
Eu sou litros de uma humanidade podre,
Sou o grunhido da morte, sou cativo,
Sou ativo e sou passivo, sou permissivo
Não permitido por lei, por bem ou por mal,
Ilegal, vicioso, tendencioso e imoral;
Eu sou tudo que a sociedade apoia.
Sou um sem teto, sem medo nem vontade,
Eu sou a cortina que esconde a claridade,
Sou o cativeiro, sou a doença, sou a morte.
Sou os loucos que perderam-se na sorte,
Eu sou o ontem, o hoje e o amanhã.
No sufoco, quando atravessa a epiderme
Eu sou a vaga noção que me restou.
Não tente fugir de mim, criança,
Eu sou aquilo que você criou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário