quarta-feira, 18 de maio de 2016

Falta.

Os meus calos têm resquícios de ti e minha boca quase te diz sem a minha permissão. Meus olhos guardam um vazio tênue, um espaço em branco reservado apenas para a tua imagem. A minha mente, por outro lado, não para de te ver em toda esquina, a cada rosto desconhecido, a cada sorriso... E quando o sorriso é teu, minha respiração para. Quando o rosto é teu, minhas folhas murcham e caem, quase que instantaneamente, enquanto tu segues. Quando te sonho, tenho febre  e, ao acordar, minha pele adormece, recusando a tua ausência. Tu és meu único porquê de bondade, e meu único quê também. Pois o mundo já tirou-me tudo, mas em ti guardo meu maior pesar. Não é a tua falta que sinto: é a minha.

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