terça-feira, 10 de julho de 2012

Metamorfose.

O toque se vai e os olhos fecham. Corre pela espinha o frio ao caminhar, e a saudade bate dentro do peito a cada passo dado pra trás. Tenta gritar, mas nada sai. Quer chorar, mas de sua garganta vem um riso cínico, quase real demais. Sua mente salta para fora e se demite, e seu futuro borra o papel. As lágrimas, antes transparentes, são agora vermelhas. Seu jardim se torna uma floresta, sua coluna encurva e agora é capaz de andar com as mãos no chão. As orelhas crescem, o coração seca, a íris perde a cor e os caninos ficam maiores. Vira aquilo que resolveu virar; um animal, que agora vive para comer, dormir e trepar.

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