terça-feira, 9 de outubro de 2012

Tóxico.

És o farfalhar de asas do corvo acalorado pelo definhamento da carne. Não és a causa da tragédia, mas também não vens como consolo. Vens para assistir o espetáculo e rir da própria existência. Se alimentar da escuridão que assola as almas mais puras, e deixar os ossos à mostra...
Mas quem seria eu para julgar-te? Se não fosse existência tua, o papel da crueldade caberia a mim; alimentando outros com a mentira melancólica e a veracidade cruel dos fatos mais banais... Criando ideias fictícias, levando à perda de tempo e, consequentemente, ao atraso dessa raça imbecil.
Mas não sou eu.
És tu aqui.
E és tu que comes, respiras e vives a vida de algum outro miserável, dos tantos que não consegui contar e, por esse fato, te darei o julgamento que mereces, meretriz.
Pois não passas de uma víbora, e são teus os olhos hipnotizantes que me impedem de desviar o olhar.
É tua a boca que me paralisa.
É teu o veneno que me apodrece.

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