quarta-feira, 20 de março de 2013

Terapia.

Eu estou bem.
Não estou muito bem, mas bem o suficiente para levantar da cama.
Talvez não esteja muito simpático, mas esse é o meu jeito.
Ultimamente ando mais amargo do que meu café, com todas essas reclamações silenciosas sobre a vida e sobre a ausência de café.
Não, eu não estou bem.
Há dois anos parasito a casa de parentes por falta de opção, fumo meio maço por dia e quase não vejo a luz do sol.
O problema é que sou um escritor, como deve ter reparado.
Não tenho a vida que muitos anseiam, porque na verdade eu não anseio por muita coisa. Durmo pensando em acordar, e acordo pensando em dormir, e passo a maior parte dos dias assim.
Infelizmente, tanto para mim quanto para meus leitores, o tema que "escolhi" - ainda que prefira dizer que ele me escolheu - não é um dos mais agradáveis.
Vida.
Um dos menos polêmicos e mais monótonos temas que toda a humanidade já enfrentou, mas que engloba, de forma compreensível, todas as maravilhosas aventuras do cotidiano.
Talvez eu tenha desaprendido a viver, mas é mais provável que eu tenha aprendido de uma vez por todas.
Digo àqueles que se encontram no áspero caminho do aprendizado que o fim não é nada além do fim. Todas as coisas se tornam simples, e o cotidiano se torna tão relaxante quanto uma boa noite de sono. As dores se tornam menores uma vez que já as compreende, e aos poucos tudo é considerado fútil - inclusive você - pois já terá sentido toda a complexidade do emocional humano.
Foda-se, eu já me esqueci por que resolvi começar a escrever este texto.

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