domingo, 22 de dezembro de 2013

Escrito, feito.

Tem coisa que não faz sentido. Escrever, por exemplo. O que é? Documentar o que penso, mas o que é pensar? Como posso dizer que penso, sem pensar sobre isso? Sendo assim, pensar é tudo? Pensar é pedra, chão, terra, ar... O que existe sem mim? Não sei, pois vai além de mim saber. Tudo que vejo e sinto é fruto do que sei - ou penso que sei - e todo o meu mundo é fruto de mim mesmo. E eu mesmo, sou fruto de que? Se eu existo e pensar é tudo, sou Deus. Mas sendo Deus, os outros são o que? São fruto da minha mente, eu suponho? Não. São fruto do que a minha mente vê. Mas e o que não vê? Se não vejo, pra minha mente não existe, e pra mim também não. E aí eu volto para o problema da escrita: que palavras realmente existem? Posso dizer verdades e não verdades que conectam o imaginário ao mundo real, os confundem. Posso criar vidas e destruí-la com simples letras, mas só se forem compreendidas. Mas e se não forem? Se só eu vejo o sentido das palavras, e mais ninguém vê, o sentido ainda existe? E se outro escreve, mas eu não entendo, ainda sou Deus?
Talvez seja Deus apenas de mim e do que é meu, nada mais além disso.
Será que ser deus de tudo é tão bom quanto ser deus de um pouquinho só?
Gostaria de saber, mas fico feliz que não sei.

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