sábado, 6 de setembro de 2014

Jogo-te.

Tu és pouco daquilo que te consideras ser. Tua existência na vida dele não é mais que mero coringa para a falta de mim. Eu te desprezo. Tu não és mais que um peão; irritante, ainda assim, insignificante.
Eu poderia deixar passar. Eu poderia deixar pra lá, sei lá. "Ela não importa", ele diz - Ou sou eu que digo? Será que a peça chegou à casa final do meu jogo, e ocupou meu lugar como rainha? Não, não poderia ser. Tu não és tão astuto, verme. A partida não termina até o meu xeque-mate. E que xeque-mate será! A conquista, por mais prazerosa que seja, de nada significaria sem o gosto da tua ruína.
E com isso não te preocupas, pois ainda tenho todas as peças na posição que desejo. No próximo movimento, te coloco fora.
Mas te quero fora? Estaria eu disposto a desistir da tortura, da perversão de te ver tentando ganhar? Seria eu maduro ou irresponsável o suficiente para aposentar meu vício no tabuleiro? Embora tua estadia me irrite, não me irritaria mais se não a tivesse para me distrair?
Por bem ou por mal, tolo, tu ainda vives em mim. Por bem ou por mal, eu ainda vivo nele. O tempo que essa dualidade vive não é mais eloquente do que seu epílogo.
Mas isso eu posso antepor na próxima jogada.
Jogue.
É a tua vez.

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