quinta-feira, 15 de junho de 2017

Marie.

Gosto de ver o vento e sentir o ar nas minhas bochechas. Gélidos ares fazem meu rosto esquentar e corar pois estou fugindo das gélidas luzes de ensino. Gosto de sentir a grama nos meus pés descalços e de me deitar pra observar o céu azul não artificial. Quando eu era criança, minha mãe me proibiu de deitar na grama porque grudava toda na minha saia plissada azul.
Sinto falta da minha saia plissada azul.
Eu não ligo muito, pois não estou em nenhum quarto fechado. Não preciso saber se eu sou bonita porque não tenho espelhos e nem saberia o que fazer se eu por acasso encontrasse algum. Às vezes sinto falta de uma pessoa que eu encontrei em uma caixa, mas ela não queria sair da caixa.
"Por que você não sai da caixa?", eu perguntei.
Pessoas não apreciam coisas simples. Semana passada eu peguei carrapato em uma parte secreta do meu corpo porque nadei nua no lago que tem aqui perto. Acho que o Julio, filho pequeno do vizinho, estava me olhando no arbusto. Não liguei. Situações diferentes acontecem quando menos se espera e eu nunca estou esperando nada.
Esses dias eu sonhei com uma pessoa só e foi maravilhoso.
Tudo está bem aqui. Ainda não encontrei uma forma de escrever o que estou pensando, mas um dia o farei. Tem a ver com flores.

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