quarta-feira, 14 de junho de 2017

Dualidade ou dualismo?

É estranho como o raciocínio funciona independente da minha permissão. De tempos em tempos, percebo a colocação de termos como "na minha opinião", ou "acredito eu", mas são apenas floreios para lembrar-me que não sou dono da verdade universal - que é, até onde posso dizer, uma das minhas maiores certezas.
O fim também é uma delas, mas não penso nele. Deveria, talvez então, faze-lo com o objetivo de assimilar que as minhas verdades também terão seu tão esperado fim. O que seria, porém, de mim? Eu e meu enorme ego, o que eu sou sem ele? No mundo idealista, tudo eu seria. Na prática, por outro lado, seria um atraso. É aí que eu devo definir minhas prioridades nessa encruzilhada mental: desejo ser mais consciente do que já sou ou ter maiores chances de sucesso na minha vida profissional e situação econômica? É nisso que se baseia toda dualidade que eu já enfrentei: não no bem e no mal, mas na aceitação da perversão como meio para um outro tipo de crescimento. Em um caminho, eu corro maiores riscos de morrer pobre e indiferente aos olhos da humanidade. No outro, tendo a me converter à perversão do capitalismo selvagem. De um lado, minhas possibilidades de ajudar o mundo são limitadas pela humildade. Do outro, pela minha própria vontade de ajudar o mundo, que possivelmente se submeterá à ganância e ao egocentrismo. Vejo hoje que a suposta maldade é bem mais efetiva do que a nobreza. A perversão é um vício, a benevolência é um sacrifício. A real pergunta é: estaria eu disposto a percorrer um tortuoso caminho até o esquecimento para ser fiel às minhas ideologias? Serão elas mais sólidas do que o gosto por tudo que me for imoral e proibido?
Melhor ainda! Será a perversidade perecível ao relance da consciência? Será o altruísmo perecível à corrupção?

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