domingo, 1 de janeiro de 2012

Tempo.

Caio.
As cartas do passado formam muralhas ao meu redor. Me sinto claustrofóbico ao perceber que estou sendo completamente fechado, e pouco ou nada posso fazer a respeito.
Bato meu corpo magro e fraco contra a parede, sem nenhum resultado.
Sou uma vítima de minha própria insanidade.
Pego um dos ponteiros do grande relógio da parede começo a bater contra o tempo.
Só o tempo destrói a memória.
Sinto a mente se espatifar contra a nostalgia, o corpo treme. A saída está bem ali, atrás dessas paredes, mas não consigo.
Não consigo escapar de mim mesmo.
O relógio continua batendo sem ponteiro, o tempo continua correndo, mesmo sem ter ninguém para marcá-lo.
Como cheguei aqui?
O bater do ponteiro em minhas mãos é tão forte que se parece com o bater de milhões de asas sincronizadas.
Esqueço o futuro.
Esqueço o passado, esqueço o presente.
Esqueço a dor.
Aos poucos, tudo vai se desmoronando ao meu redor.
Toda a fortaleza que criei, que me prendia, mas me protegia, está caída aos meus pés, e não posso culpar ninguém por isso.
As lágrimas descem pelo meu rosto como se significassem alguma coisa.
Elas acham que significam.
Por que tudo está tão confuso?
Acordo.
Não era um sonho.
Nunca é.

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