sábado, 27 de dezembro de 2014

Guerra.

Era meio dia e eu ainda não tinha levantado da cama. Ressaca, pensei, mas não era. Era só o mal estar de sempre. Porra. Levantei com a cabeça girando, desci as escadas cambaleando e cheguei exausto na cozinha. Abri a geladeira enquanto pensava na nova ortografia. "Guerra" pode virar "Gerra". Talvez eu devesse sair do país. Peguei uma cerveja e liguei a TV. Religião. "NA GUERRA, AQUELES QUE TINHAM ESPERANÇA PRA VOLTAR PRA CASA E ACREDITARAM EM DEUS, VOLTARAM DA GUERRA. MAS OS DESCRENTES" e desliguei. Tomei um gole da cerveja e me deitei. Dormi e sonhei.
Estou flutuando no mar morto. Nada me impele, nada me comanda. Estou nu, mas não tem ninguém por perto. Está tudo muito escuro. Acende uma luz no teto e estou no meu banheiro. Minhas pernas estão mergulhadas na privada e tenho uma escova de dentes cravada no peito. Aperto a descarga e acordo.

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