segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

sobre as calotas polares

Eu não vou escrever sobre uma sociedade em decomposição. Eu vou escrever em decomposição, como a sociedade que me criou, mas não vou fazer isso de forma depressiva e muito menos engraçada. Com a minha escrita, eu espero ser sincero. Com a minha sinceridade, eu espero alcançar sua profunda indignação, nada mais nada menos, só isso. Talvez então eu consiga mover uma massa forte o suficiente pra terminar de estragar tudo que existe hoje, para então tentar criar algo realmente novo. Talvez eu só consiga a rejeição daqueles que negam os problemas, que passam os dias em ônibus lotados tentando lembrar de coisas boas, mas até isso já vai ser alguma coisa. Meu objetivo, no momento, não é claro. As minhas aspirações foram sugadas, etiquetadas, numeradas e impressas em uma folha de papel. Nada - e quando eu digo NADA, eu deixo de lado qualquer sentimento que eu tenha por alguma coisa ou alguém - faz sentido em um país fétido como esse, em um mundo podre como o nosso. Eu não ligo se as calotas polares estão derretendo, não ligo se os macacos-prego estão entrando em extinção, mas essas coisas começaram a me afetar. Minhas palavras estão desaparecendo e, para um escritor meia-boca como eu, isso é o fim do mundo.

Um comentário:

  1. thadeu garoto que saudade. Perdi teu contato no whats porque roubaram meu celular e eu troquei de numero. Mande um sinal de vida. bj

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