domingo, 20 de setembro de 2015

Dois.

Abre-se um vão entre a minha mão e a tua
E teu quarto se divide em dois.
Tua cama fica do teu lado e
O conhaque fica do meu.
Tua vida fica do teu lado e
A saudade fica do meu.
A tristeza fica,
A melancolia chega,
mas aí eu lembro do conhaque.

Bebo.
Quebro a garrafa rindo.
Corto o vão entre a minha mão e a tua.
Puxo-te pro meu lado do quarto,
Puxo-te para mim,
Puxo a cama pra mim,
Corto teus protestos,
Corto tuas palavras,
Corto tua língua;
Todos os lados são meus,
Todos os quartos,
Todo conhaque.

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