sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Nádegas (I)

Veja bem, eu tenho um grande apreço pela sua bunda. Desde pequeno, essa bunda tem perseguido meus sonhos e meus cotidianos, está no silêncio entre cada palavra que eu digo e na ponta de cada fio de cabelo meu. Está na ponta da minha língua cada vez que eu vou falar de amor, desejo, perversão e submissão. Eu viveria por essa bunda, compraria e a penduraria na minha parede se fosse possível, talvez eu até morresse por ela. Não é você, é a bunda. Você pode ser tudo de pior no mundo, porque eu não te ouço. Eu não sei como é a sua voz, não sei qual é o seu rosto, só sei da bunda e é só ela que eu quero, é só dela que eu preciso. Então bate na minha cara e sai por aquela porta a hora que você quiser, mas vai escondida. Não me vira as costas, não me deixa ver esse presente que Deus me enviou, porque senão eu não te deixo ir.

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