domingo, 8 de novembro de 2015

Um poema dentro do outro.

Eu quero a eternidade de um poema mal escrito borrado no vidro de uma janela qualquer. Quero ouvir os estalos que o cigarro faz no trago e sentir as vibrações do orgasmo. Quero ouvir o barulho das solas dos sapatos raspando na folha de outono ou na poça do inverno.

Quero o chão seco de trabalho, pulsante e constante nas calçadas dessa metrópole decadente que nos tornamos. Respiro fumaça e me alimento de dinheiro, eu me tornei a máquina. Sou governado por um sistema que não representa a diversidade de ideias que eu mesmo possuo, mas fui educado o suficiente para não questionar.
Pronto para mais, senhor.
De nada, senhor.
Volte sempre.

Quero ouvir as vozes e me acostumar a elas. Quero beber um café no fim da tarde e aproveitar o orvalho de manhã. Quero pensar antes de abrir os olhos e ainda ter motivo para tomar a decisão de acordar, porque a vida é boa.
E as pessoas são ruins.
E os lugares são ruins
(Mas a vida é boa).

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