segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Ato II

Nota do autor:
Esse texto não fará o menor sentido de forma alguma.
Essa é uma continuidade do texto "Ato I", que também não faz o menor sentido.
Como uma continuidade do texto "Ato I", esse texto necessita do primeiro para conseguir o efeito de não-entendimento desejado.
Ou não.
Obrigado.

Ato II

Corrupção.
A vida, a vingança, o vago, o véu que veste as vilanias dos vândalos viajantes.
As cartas que corrompem um coração completamente condenado.
A inútil ideia, que insiste em inundar os insolentes com imbecilidades.
Famintos por forças para ficarem firmes, os filhos dos filhos da fadiga. Fugindo do quê?
Fugindo do fim.


Fim de tudo, acordo.

Estou na minha cama.
Talvez tudo tenha sido um sonho, talvez não.
Olho pra janela.
É, não foi um sonho.
O mundo é exatamente do jeito que é, e não há nada que eu possa fazer para mudar isso.
Fecho os olhos, ouço uma batida na minha cabeça.
Sempre a maldita batida.
Continuo de olhos fechados para ver o que acontece.
Ouço um click.
Tenho uma idéia.
Vou comer.
Presto atenção na geladeira. Ela está bem do jeito que eu me lembrava, exceto por alguns ovos faltando.
Talvez tenha comido enquanto dormia.
Talvez tenha dormido enquanto comia.
Olho para a janela mais uma vez e desvio o olhar.
Por que, com tantos mundos em uma janela, ou com tantas janelas em um mundo só, tudo que vem à minha mente é o seu rosto?
O rosto de quem não, e sim do quê.
O rosto da vida.
Vida?
Pego meu travesseiro, sento no sofá, me deito e acabo dormindo no chão.

Mate, mate, morte aos míseros moribundos.
Não negue a náusea.
Sempre sarcástica e sutil.
Pare para pensar, de perto só parece pior.

É pior, é o mundo.
É a janela do mundo vista por um monstro.

Fim do ato II.

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