domingo, 30 de outubro de 2011

Morte

Acho que a morte não seria tão ruim assim.

Sabe, sempre me perguntei como seria a Morte, e nunca vi realmente um problema nisso.
Aos 8, perguntei para meus pais sobre, mas percebi que mesmo eles não poderiam me responder isso. Nem eles, nem ninguém.
Hoje, porém, já é outra história.
Eu penso saber qual é a cara da Morte.
Não a encarei de muito perto, mas a vi passar de longe algumas vezes na minha vida.
Ela se parece com o frio.
Não o frio comum, da água que te refresca em um dia quente, ou o frio dos polos que te obrigam a usar o fogo para se esquentar.
Um frio diferente, um frio da alma.
Como se estivesse em um quarto de gelo, em um canto, e a sua única companhia fosse a solidão.
E então ela vem.
Ela vem e te tira todo o calor de dentro de você, deixando o frio do local preencher o vazio deixado.
Talvez essa seja a Morte.
Mas, como disse, nunca me assustou realmente. Talvez o problema seja a certeza de que ela virá; a certeza de que ela é inevitável.
A certeza de que ela está bem perto, esperando o momento certo para tomar de você o que nunca o pertenceu.
A certeza pode ser a melhor amiga do medo.
Seu hálito gélido de mil almas assoprando no seu ouvido, o toque de desesperança no seu peito, e logo depois... o fim.
E depois de pensar sobre ela por tanto tempo, cheguei a uma conclusão que pode me ajudar a evitar isso.

Percebi que o único modo de evitar que ela te alcance, é alcançando ela primeiro.

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