quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Silêncio.

Sentado no quarto, em agonia, fujo de mim mesmo pelas frestas na minha mente; infinitas rachaduras, denunciando seu estado deplorável.
Atravesso teu perfume e encontro o nada.
Estou em um espaço branco, olho pra trás e não vejo coisa alguma além da fresta que me trouxe até aqui. Fugi de meu único refúgio, fugi da minha única prisão.
Fecho os olhos e me imagino, abro-os e lá estou eu.
Sou o Deus de meu próprio mundo agora.
Fecho os olhos mais uma vez, e dessa vez imagino tudo ao meu redor.
Faço prédios, ruas, bairros e cidades, e aos poucos a Terra se molda à minha imagem e semelhança.
Abro os olhos e estou no meu quarto, de novo.
Ainda falta alguma coisa...
Fecho os olhos, e me imagino segurando uma faca.
Abro-os e me apunhalo no coração.
Acabou.
Está tudo em seu devido lugar agora.

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