domingo, 23 de março de 2014

A Casa.

Pela janela da casa, se sentia o cheiro de comida fresca do vizinho se misturar com o sabor da chuva. Dentro da casa, porém, não era ritmo de ano novo. O samba não floria, e a chuva não afetava nada. Estava vazia, triste, desligada. O gás devidamente fechado e as luzes definitivamente apagadas antes de partir pra viagem. De companhia, algumas lembranças, dores, energias. É só aquela velha casa surrada que suportou todos os anos quieta. Todas as brigas, todas as chuvas, todos os dias de sol.
Será que há alguém mais solitário do que a casa afinal?

Nenhum comentário:

Postar um comentário