quinta-feira, 6 de março de 2014

Amada...

Ah, minha querida! Meu pedaço de torta alemã, meu desastre pessoal... Tu que me adoeceu, me deixou nessa cama fria de hospital, mas não faz mal. Eu te amo, querida. Todos esses anos te amando, e só percebo agora! Acho que foi depois daquela noite juntos, quando tomamos aqueles copos de vinho e fomos dormir nus. Eu queria ter sabido antes, ou nunca ter descoberto, porque agora é tarde... Essa não é declaração de amor, querida, é confissão. Confesso Ananda, Lígia, Caroline e Aurora. Confesso cada pecado que pratiquei pelas suas costas, porque agora a história é outra. Uma dessas me deu um filho, meu amor. Pensa só, eu como pai! E tu duvidando da minha virilidade, falando que eu sou viado, mas não faz mal, porque a criança já está chegando. E é menino! Eu pensei muito antes de escrever, de te contar tudo. Quando eu soube, quis chutar a barriga da vadia com a criança dentro, mas quando eu vi os dois meu coração amoleceu. Eu não vou te dizer quem é, com medo que tu mates ela antes da criança nascer, mas ela não é tão bonita assim. Tu, meu amor, foi a mulher mais bonita com quem eu já estive, e só trepei com outras por isso. Teu rosto angelical me deixa inseguro, e estar só contigo estava me deixando louco. Eu sei que poderia ter mudado pra sua casa, mas a desconfiança só ficaria pior. Eu sou infantil, tolo, fútil, nada como tu, nada como o filho que me aguarda. Eu espero ter teu perdão, pois estou saindo da cidade. Na verdade, estou saindo do estado, e só volto quando meu filho crescer. Não sou homem o suficiente para dizer na cara, talvez por medo que tu me mates também. Mas espero ser homem para meu filho e para minha nova mulher. Te perdoo por todas as brigas, e peço desculpas pelas cicatrizes que deixei na tua alma - como as que deixou no meu corpo. Desejo tudo de bom para ti e para a tua vida.
Adeus.

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