segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Lhe (me) partir.

Me peguei pensando em você. Será possível que suas mãos um dia abraçarão as minhas? E seu colo, será meu também? Nem sei se tenho idade pra colo, mas aceito ter. Quando eu chegar, ainda vou lembrar do seu sorriso? E se eu não lembrar, você pode sorrir de novo? Já não conheço mais os livros que anda lendo. Eles ainda serão mais interessantes do que minhas futilidades? Precisarei contar todas as minhas novidades ou você precisará contar as suas? E seu choro? Cessará com a minha presença ou será acordado por ela? Serei eu o primeiro a avistar você ou estará me esperando a todo instante do outro lado? Doeu pra você? Doerá pra mim? Partir - ou melhor, chegar - é tão difícil quanto ver você fazê-lo? Tudo aqui está irreversivelmente chato, como sempre. Se você pudesse voltar, eu traria, só pra deixar esse lugar melhor. Como sempre, tomaríamos um sorvete, mesmo que eles já tenham perdido o gosto. Será que a dor me passa? Eu sei que ela nem existe comparado ao que você sentiu. E se você não mais lembrar de mim? Eu tenho medo que esse resto seja tudo que me sobrou. Será que não estou perdendo nada? Será que você me deixou sem nada mais pra eu me apoiar? Será que eu ainda existo pra você? Será que você ainda existe por aí?

- T.

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