quarta-feira, 27 de junho de 2012

Doutor.

Eu espero que você entenda que eu sei exatamente o que está passando na minha cabeça, e está tudo em ordem.
Não é um tumor, é algo mais vivo, e conversa comigo.
Fala sobre como as coisas dariam certo se fossem de outro jeito, e aponta os erros da vida.
Não é uma voz, doutor. É uma linha de pensamento...
Eu não estou maluco. Você sabe disso, não sabe?
Eu não sou igual ao resto, mas isso não me faz de mim um doente mental.
Foi o que pareceu que você disse...
Quem?
Ah, claro!
Se a amo? É óbvio!
A conheço há pouco tempo, mas eu percebi que ela é a única que me faz feliz.
É, eu sei que ela não existe.
Claro, mas o que posso fazer? Ela é doce, e bonita, e é a única que me dá atenção nesse fim de mundo!
O que?
É claro que gosto das nossas conversas, você é o único que me mantém são.
Sim, eu sei que o senhor também não existe, doutor.

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