sexta-feira, 8 de junho de 2012

Naufrágio.

Velejo nas mais inóspitas terras para encontrar o pensamento que me trouxe até você. Procuro a noite para avistar seus olhos, e sua imagem vem até mim na neblina. O navio é velho, um daqueles que já passaram por muita coisa e nunca afundaram. A tripulação, mais experiente ainda, e diante da miragem não se deixa abalar. Continuo navegando em direção ao desconhecido, esperando que o enorme buraco negro a minha frente me engula. Mas antes de perceber, sou jogado para uma outra linha de pensamento, e mergulho em seu sorriso. Tão bonito, esse, que marinheiros tão eficazes ficaram estupefatos. E o navio, velho e ancorado na dor, finalmente aceita o mar como seu único e verdadeiro amigo, e o amor como o causador de seu naufrágio.

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