quarta-feira, 13 de junho de 2012

Teu.

As cinzas se põem em um pedaço do teu espelho. O chão é coberto pela tristeza queimada que compõe o quarto, e suas lágrimas caem negras na palma da mão vermelha. Seu sorriso tenta se manter escondido no subconsciente enquanto a escuridão devora tudo que restou de bom na sua cabeça, mas a sombra o encontra. Devora a calma com seus olhos, finge a morte. Esbarra olhares com a tua foto, e volta ao trabalho de permanecer parado. Limpa o rosto, fecha a cara. Lava a alma e tranca a porta. Nada entra e nada sai, mas tudo que permanece se desfaz em tempo perdido e poeira. Vasculha o cômodo e junta os pedaços. Se deixa precisar, por uma última vez, da boca que o fez querer, mas o impediu de falar. Aquela que se fez sua, e o culpou por a desejar.

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