quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Querida Moça Bonita...

Não sou quem almejou que eu fosse, mas sou completo e infinito, agora que não corta minhas asas de pecado. Sou aquilo que sempre fui, com um pouco mais de amargura que o mundo me causou.
Vim para dizer-lhe que, apesar de não possuir qualquer traço de nobreza em meus atos e costumes - e isso você observou bem - meu espírito ainda é mais nobre do que seu débil caráter mesquinho.
Não acredito agora que um nobre de alma possa julgar as sombras do outro; não. O mais nobre é aquele que enxerga a nobreza em todos, e foi justamente isso que deixara pra trás: a humildade.
Amo-lhe ainda, mas diferente de como amava. Não de uma maneira egoísta ou exacerbada; amo como a todos os outros, vivos, mortos ou inanimados. Amo por ser fragmento do universo tão significante quanto eu, pois aprendi a amar a vida.
Ainda assim, guardarei o segredo da minha verdadeira natureza; não quero que zombem da visão que tenho de mim mesmo exatamente como zombei da sua própria.

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