quinta-feira, 3 de julho de 2014

Enfraquecer.

Só um punhado de palavras me alegra. Isso deveria ser mais desesperador, mas não é. Não é nem ao menos tentador a ponto de querer escrever mais. Sua letra é tão amável que guarda minhas lágrimas em cada ponto, cada vírgula, no espaço de cada frase. Estou morrendo, amor. Não fisicamente, mas minha essência está se esvaecendo com o tempo. Sou poeira, querida, poeira de vida. O que vou fazer com o resto da minha vida, se todo tempo perdido não sucumbe mais meu vazio existencial? Pelo contrário, ele aumenta. Cada movimento do relógio quebra parte do meu tempo e me adoece, cada passo que dou e cada movimento que faço - até mesmo ao escrever este texto - me despedaça em farelos de estagnação. Engraçado, pois a imobilidade se tornou tão fácil, e ao mesmo tempo tão sofrida... Lá vou eu usando reticências novamente. Quando vão cessar as nossas reticências, amor? Não lhe chamei por outro nome, não só por discrição (pois sei que a valoriza), e muito mais por falta de vontade. Como falta a vontade de chamar qualquer outro senão o rum, como falta qualquer ar, senão o cigarro queimando os meus pulmões. Estou caindo em desespero, por decidir permanecer assim. Eu lhe adoro, mais do que isso... Mas não posso completar a frase.

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