quinta-feira, 24 de julho de 2014

Muito bom dia.

Estou à beira do abismo intelectual que me separa dos mais comuns e ignorantes. Depois de muito viajar, tanto em terra quanto em mente, minha boca secou, meus olhos cansaram e os músculos da minha perna se atrofiaram. Meu cérebro, por mais desenvolvido que seja, não aguenta mais um minuto de monotonia, chegando a optar pela falência de múltiplos órgãos a ter que esperar a chegada. Até o fim, já terei descarregado nas calças todas as excretas, e usado meu canivete cego para tentar suicídio, fracassando miseravelmente. Até lá, estarei velho e decrépito, e todas as lembranças que eu tenho se unirão em uma grande massa paposa, que será dada de alimento a mim depois que meus dentes apodrecerem. Tudo que sou hoje está se esvaindo aos poucos, engolido pelo tempo e pela desgraça, pelo tabaco e pela cachaça, até depois de acabarem todos os meus bons dias.

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