sábado, 23 de agosto de 2014

Hipnofrenose.

Primeiro vem o estado de perfeita agonia, onde meus medos se instalam de forma abrupta e crescente no meu peito. Minha única certeza é de que eu devo sair correndo, o mais silenciosamente possível, o mais rápido possível, para que não possa ser visto por ninguém.
O segundo estado é o oposto do primeiro. É composto de uma calma irreparável, de uma serenidade plena e uma satisfação absoluta. É como se tudo ao meu redor fosse inofensivo, desimportante, deselegante ou não existisse. Essa sensação, porém, se torna mais angustiante do que a anterior, pois me torno frágil à todas as maldades do mundo, e desadequado ao mesmo, por me sentir bem. É aí que vem o terceiro estado.
Ele começa com  o silêncio. Não com ele em si, mas com a percepção dele ao meu redor. Antes, tantos pensamentos enfadonhos tumultuavam a minha cabeça e berravam nos meus ouvidos. Agora, tudo aquilo se foi, tanto a calma quanto a covardia, para outro universo distante. Me torno só, no aqui e no agora. O tempo congela, e não existe passado, presente ou futuro. Fecho os olhos e respiro fundo.
Quando acordo, estou no parapeito do prédio, pronto para pular.

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