sábado, 9 de agosto de 2014

Omni.

Vejo as pessoas da rua e me poluo com seus pensamentos fúteis. De todo amor que criei, de toda vida que moldei, veio o ódio e a decadência. Destruiu-se o essencial para erguer o desimportante, banalizou-se o sexo e crucificou-se a verdade. Criaram guerras, pestes, igrejas, todas em meu nome. Eu nunca pedi nada disso e não o aceito. Eu os desprezo, todos eles. Meu pior erro e mais profundo arrependimento. "E quanto ao perdão?" Os seres humanos não se arrependem de nada, nunca se arrependeram. Eu sei, eu os conheço melhor do que eles se conhecem. Desde o início, só buscam a sua própria salvação, negando ou aceitando tudo de mais absurdo, tudo que lhes é dito certo. Como ter amor por um filho que se destrói?
Vou até a banca de jornal, compro um maço de cigarro e acendo um. Rio. Só o que me resta é zombar da mortalidade. Não importa, nada importa. Renegaram a voz da razão e se matam com vícios fúteis. Cigarro... Há! O mundo está perdido. "Deus que me livre!" Eu não vou livrar vocês de merda alguma.

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