sábado, 3 de maio de 2014

Cerveja.

Pedi minha última cerveja enquanto amargava o último cigarro. Odeio quinta-feira, é sempre uma bosta.
Enquanto derramava em mim as últimas gotas de esperança da noite, observei todas as pessoas ao meu redor. Homens, mulheres, todos desprezíveis. Sorridentes sem motivo, imbecis sem desculpa. Será que estarei eu condenado à eterna insatisfação da alma? Sou pior do que todos aqueles sorrisos falsos, mentiras e verdades disfarçadas que se escondem na madrugada de um bar. Sou um homem que não ama. Se já amei, não me lembro. Na verdade, de nada lembro senão o vazio, que me segue como a Lua. Sou parte homem, parte nada. Sou retrato de uma pintura abstrata, pintada por um qualquer sem criatividade.
Que se foda isso tudo, eu quero mais uma cerveja.

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