domingo, 8 de junho de 2014

O Silêncio.

Queria que a tua existência
pudesse cobrir meus olhos
para a crueldade do mundo.
queria que tua perfeição
me bastasse para viver em paz.

(...)

Minhas mãos
calam o choro
enquanto teu perfume
se desvai
na solidão da calma.
Penso, sinto,
dói.
Tua ausência dói,
e dói de novo!
Pois toda raiva,
e angústia
não conteve
uma única gota
de ti.
Toda ganância,
toda crueldade
não resistiu
perante tua bondade.
Perto desta,
nada sou,
de nada sou
digno.
Mas longe dela
a dignidade
perde a cor.
E perto de nós,
Ah, amor...
O mundo me deixa
e deixa de importar
e viver ao teu lado
se torna
excepcionalmente
digno.

(...)

Tua beleza
não reside na pele,
Tua melodia
não reside na voz
Tua saúde
não reside na carne,
Tua grandeza
não reside em ti.

(Ela reside em mim.)

(...)

O silêncio é a única melodia
que reside em minh'alma
Quando a boca fala,
Quando o coração palpita.
(Quando não o faz para ti.)
É o que me governa
quando a luz me falha
e a esperança queima.

(...)

Estou me perdendo
para mim mesmo,
(Salve-me!)
lutando
contra a própria sombra
que me mantém ileso
enquanto tento
ferir-me em teus braços.
Sou vítima
do próprio medo,
que me priva de tanto sofrimento,
que me protege de tanta alegria.

(...)

Chegou a hora.
Somente algo
tão estupidamente bom
poderia resistir
a tanta desordem.
Somente alguém
suficientemente humano
poderia amar
algo como eu.
Somente eu
para poder negá-la.

(Adeus.)

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