sexta-feira, 3 de abril de 2015

Inspira-me.

A inspiração normalmente vem da desgraça ou do prazer. Não posso me dizer desgraçado: nenhum infortúnio me ocorreu ou, se ocorreu, me desceu a garganta com o rum. Quanto ao prazer, queria eu não estar provido de qualquer gozo que me interessa, mas estou. Na situação atual, não me encontro em nenhuma das situações favoráveis a um escritor. Não me é fatal, mas não me é cômodo. Para o poeta, não amar é não sentir e não sentir é não viver.
Mas eu não sou poeta.
Eu sou só esterco.
Para mim, não viver é não viver, não amar é não amar e não sentir é não escrever.
E infelizmente, caros redatores, não escrever é não comer.

- T.

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