sexta-feira, 26 de junho de 2015

Sai daqui.

"Por que?"
Meu amor é ácido, corrosivo e fétido.
"E daí?"
Você não entende! Meu carinho é áspero, meu calor é gélido...
"Meu coração é morte."
Minhas verdades são o pessimismo de uma sociedade doente, meus bons dias são chuvosos!
"Eu aguento a chuva."
Mas não é só chuva! Minha sanidade é desespero, meu café é conhaque e a tempestade é o meu pôr-do-sol.
"Ainda tem conhaque?"
Quem em sã consciência escolheria viver assim?
"Eu não estou em sã consciência."
Mais um motivo para que se afaste!
"Não!"
Tudo que eu toco quebra ou falece, seca ou apodrece, tudo que eu amo morre.
"Então que morra, foda-se."
Mas eu não quero que você morra.
"Então não me toque, mas daqui eu não saio."
Eu não sei não te tocar.
"Aprenda."
Mas eu sou burro velho, cavalo manco. Nada cresce em mim, nada floresce senão você.
"Então por que me quer longe?"
Porque não te aguento perto.
"Pois nem eu te aguento perto."
Então por que não me expulsa?
"Eu não quero, não me convém."
E se eu te disser que você não me convém?
"Então estará mentindo."
Como sabe?
"Caso contrário, não teria problema em me tocar."




-T.

Nenhum comentário:

Postar um comentário