quinta-feira, 25 de junho de 2015

Silentium Sonare.

Aos poucos, tudo que eu conheço morre e tuas pupilas me afogam em escuridão. Enquanto suplico, teus cabeços negros me perdem em uma floresta de anseios e perfumes, tua nuca me animaliza e teu silêncio me despedaça. Enquanto choro, teus olhos me esquecem na compaixão do fogo, tua voz distante me despreza, mas não me mata - será assim o teu sentir de mim; em mim ou por mim? Seria eu, tonto e inútil, aquele por quem teu coração te bate sem folga? Aquele por quem tuas veias aquecerem o mármore que te cobre o peito? Estarei eu preso à ilusão da insegurança ou eximido do sofrimento da verdade? Que tal mármore aqueça-me os lábios, por delírio ou necessidade minha - temo definhar-me sem te pagar carícias - mas que deixe-me quente, tolo, fútil, bem! Deixa-me, em vida como em sonho, beijar-te os pés sem que me negues o resto de ti. Que não me negues sufocar o abraço do frio dentro dos cobertores inquietos, adentro à insensata noite, que me espante a tristeza e deixe-nos febris, cansados e descobertos, encobertos e redescobertos pela embriaguez desse novo amor.

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