quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Perdão.

Era uma tarde nublada, sabia que logo ia começar a chover. A chuva é boa, ela leva as coisas embora.
Chuva é tudo que preciso para um momento como esse.
Olhava pela janela observando os carros, as pessoas, era tudo tão desorganizado, mas, no entanto, tão padronizado.
Levou um tempo para você chegar.
O telefone tocou. Atendi, sem pressa.
 - É a Srta. Laura.
 - Pode mandar subir.
Você tocou a campainha. Abri a porta, com meu melhor sorriso.
 - Acho que temos algumas coisas a resolver. - Disse, já sentado no sofá.
 - Eu sei. - O som de sua voz ecoou por entre minhas memórias, quebrando em mim a linha entre passado e presente, fazendo meu coração bater de novo.
 - Já se passaram 5 meses, Laura. Eu não te esqueci, eu não vou te esquecer.
 - Mas eu menti, e menti muito.
 - Eu sei, e eu não ligo. Nós dois mentimos.
Você se levantou. Respondi fazendo o mesmo.
 - Não é mais uma brincadeira de criança, você sabe. O tempo passa. - Me distraia o doce som de seus argumentos inúteis, que não fariam a menor diferença para o final dessa história.
 - Mas nós continuamos iguais, Laura, sempre iguais. - Respondi.
Você tentou me responder antes de desviar o olhar e calou-se por um segundo. Pude sentir que dentro de ti ainda existia o mesmo sentimento por mim. Dei dois passos na sua direção.
 - Eu te amo, Laura.
Talvez você tenha tentado responder, mas meus lábios foram mais rápidos que os seus.
A beijei com a intensidade que estava guardando dentro de mim por todo esse tempo, toda a paixão que há muito havia sido esquecida, e você me respondeu, com a mesma doçura e pureza de sempre.
Comecei a senti-la, tocá-la, desejá-la, os beijos foram ficando mais intensos e não conseguia mais me controlar. Comecei a beijar-lhe a nuca e passar minha mão em seu corpo, enquanto retirava da minha calça com a outra mão o que estava causando o volume extra. Virei você de costas, encostei seu corpo no meu e sussurrei no seu ouvido com a mesma paixão de quando nos conhecemos:
- Eu menti.
E, em um movimento rápido da faca, cortei sua garganta e vi seu sangue jorrar por todo o quarto de hotel.

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