terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Bee Gees.

Olhei para o quarto tentando não pensar na arma apontada para a minha cabeça. Uma mesa, duas meias sujas, sapatos, fios de telefone, fios de computador, computador, cama, almofada, porta e poster dos Bee Gees. Nada de muito aterrorizante - fora os Bee Gees - muito menos mortal. Encarei o homem. Era um homem normal, assustado, não perverso. Não usa aliança, não ama, não vive. Só mata.
- ONDE TÁ O DINHEIRO?
Eu não poderia dizer onde está o dinheiro. Não por meras posses ou caprichos, mas eu tenho que pagar pra pessoas que REALMENTE vão me matar, não pra esse merda com uma arma. Pensei um pouco antes de responder, não queria falar nada que o ajudaria a encontrar a grana.
- TA DENTRO DO COLCHÃO, CARA, EU JURO QUE TA TUDO NO COLCHÃO
- LEVANTA DA CAMA E ME MOSTRA PORRA
Com um rápido movimento, segurei o braço dele e desviei minha cabeça, forçando-o a atirar na parede. Soquei-lhe as bolas enquanto arrancava a pistola da mão do filho da puta e dei-lhe mais uma porrada na cabeça com a coronha.
Apontei a arma pra ele.
- PRA QUEM VOCÊ TRABALHA?
- EU NÃO TRABALHO PRA NINGUÉM NÃO SENHOR NÃO ME MATA NÃO
Dois tiros no joelho.
Saiu mais sangue do que eu imaginava, uma mancha escura começou a crescer no carpete.
- Fala agora, não tenho muito tempo.
Esfreguei a pistola pra cara do filho da puta, rindo com a reviravolta na situação.
- TA BOM TA BOM EU FALO MAS NÃO ME MATA POR FAVOR
- ME DIZ O NOME
- EU TRABALHO PRO SENHOR MAICON ELE ME CHAMOU ATÉ AQUI
Filho da puta.
Três tiros. Um na cabeça e dois no peito.
Maicon é um nome escroto até pra quem quer me matar.
Coloquei a pistola na cintura, pisei na rua e acendi um cigarro.
Eu vou rechear a tua cabeça de tiro, Maicon.

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