sexta-feira, 7 de novembro de 2014

a noite

Acho que ele está dando em cima de mim. Acho não, ele ESTÁ. Acabou de passar a mão nas minhas coxas de leve, ele acha que eu não reparei. Ele bebe demais, eu acho, não sei se vai aguentar se levantar e me levar pra casa. Sugeri que a gente fosse pra minha casa e ele aceitou. Vamos pro carro dele - ele trôpego, entregue aos tropeços e ao desequilíbrio - e me ofereço pra pegar o volante. Enquanto dirijo, ele passa a mão em mim de novo. 'Ei, o que pensa que está fazendo?' Falei, fazendo cara de puta. Ele sorri com uma boca de tonto. Acho que não vai aguentar até em casa. 'Acho que um pneu furou'. Paro o carro. Ele me responde que tem um pé-de-cabra no banco de trás e eu finjo que não ouvi. Olho fixamente aqueles olhos de bêbado, a barba mal feita e a camisa amassada. Tem um ar de elegância nisso tudo, como se ele fosse assim de PROPÓSITO. Abro a blusa e mostro os peitos. 'É isso que você quer, doçura?' Ele avança e me beija com a barba espetando. Eu saio do carro e vou em direção ao banco de trás. Ele faz o mesmo. Começo a tirar meu short enquanto ele tira a calça e puxo ele pra cima de mim. Ele é feroz. Bêbado, mas feroz. Beijo-o e pego nas suas partes enquanto procuro o pé-de-cabra. Encontro e bato na cabeça dele com toda força. Ele desmaia. Vasculho seus bolsos, pego uma carteira vazia e uma nota de cinquenta amassada. Jogo o corpo e a carteira pra fora do carro e sujo minha mão de sangue. Merda. Amanhã eu dou um jeito de me livrar desse carro, já ta tarde e o puto não vai acordar tão cedo. Bêbado nojento, penso. Guardo a nota no bolso e começo a dirigir até minha casa.

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