segunda-feira, 17 de novembro de 2014

horas

Antes de dormir, conto as horas de sono que terei e lembro dos sonhos que abandonei. Acordo, quase sempre cedo demais, e conto as horas que consegui dormir. Levanto, dou 15 passos até a escada (em média) e conto os degraus enquanto desço: doze, na maior parte das vezes. Onze degraus não significam muito, mas treze são os piores dias. Destranco a porta da frente, girando a chave duas vezes (duas vezes), cumprimento meu cachorro e faço carinho em sua barriga por dois minutos e meio. Caminho até a cozinha (mais sete passos) e coloco água pra ferver em fogo baixo. Lavo a cafeteira, lavo o funil de café e lavo a xícara. Monto o funil, coloco um novo filtro e ponho 3,5 colheres de pó de café.
Enquanto espero, ligo o notebook na cozinha, respondo meus emails e comento redes sociais.
Apago o fogo, espero mais alguns minutos até a água esfriar. O café perfeito deve ser feito à temperatura de 90 graus. 100 graus faz com que os grãos queimem e percam um pouco do sabor. Enquanto coloco a água, gosto de imaginar que estou num processo quase cirúrgico de não molhar a ponta do filtro. Esse pensanento me distrai.
Tomo uma xícara de café, jogo o filtro fora, lavo o funil, a xícara e a cafeteira e volto pro computador.
Levo o computador até a sala (11 passos em média) e trabalho até ir dormir, às 4:15 da manhã. Minhas pausas são meramente simbólicas, como para pedir comida, ir ao banheiro e fumar.
Desligo o computador às 3:45, ando até a cozinha para deixa-lo sobre a mesa (doze passos em média). Ando até a escada (7 passos) e subo doze degraus. Chegando lá, dou 13 passos até o banheiro e escovo os dentes. Conto as escovadas que dou em cada lado (quarenta). Caminho até minha cama (quatro passos), deito às 4:15 e penso nas horas de sono que ainda terei.

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