quarta-feira, 5 de novembro de 2014

amor

Todo mundo sofre por amor. Não dá pra escrever sobre isso sem parecer um boiola sensível e idiota porque quem sofre de amor acaba Virando um boiola sensível e idiota, entende o que eu digo? Fica fazendo merda onde não devia e depois fica miando bêbado pelos cantos. Tem os homens que bebem para superar, os homens que bebem para aguentar o tranco e tem aqueles que simplesmente bebem. Eu normalmente sou desse terceiro tipo, sabe? As mulheres não me atraem o suficiente pra me deixar desesperado, mas agora eu lembrei de uma situação engraçada, então eu vou ter que contar.
Eu queria comer essa mulher casada e ela não cedia. A conheci num café da minha rua e o marido era um desses figurões que vive trabalhando pra encher o cu da grana, então eu não incomodei quando ela falou dele, só sorri e continuei conversando até ela sugerir que a gente fosse pra casa dela. Cheguei na casa dela e comecei a pegar nas suas gorduras e ela disse 'Não podemos fazer isso' e eu disse 'foda-se' e ela disse 'e se meu marido chegar?' e eu falei 'aí ele vai aprender o que é sexo de verdade' e eu comi. Comi direito, mas aí tive que ir embora porque o marido já estava chegando. Já estava tarde e um homem como eu tem mais coisas pra fazer e mais bocetas para comer quando escurece e o marido chega e o bar enche de bocetas novas.
No dia seguinte eu voltei pra come-la de novo e ela disse 'não' e eu disse 'por que' e acabei enrolando de outra forma e comendo mais uma vez aquela boceta gorda e rica e estúpida que não queria dar pra mim, mas aí o marido chegou. 'Que porra é essa' ele disse, e eu retruquei 'que porra é essa digo eu ao senhor!'. A essa altura eu já estava bêbado como de costume e ele me respondeu 'essa é minha mulher!' como de costume. 'O que?' disse eu, 'não, essa é a minha mulher, eu vi primeiro' e começamos a discutir sobre isso, desequilibrados, ele e eu: mental e fisicamente, nessa ordem. Foi aí que eu levei um soco na cara e tudo ficou preto.
Acordei no dia seguinte bêbado e roxo na frente de um bar. Já passava de meio dia, então pude me dar ao luxo de entrar pra beber alguma coisa, mas eu queria tentar entender o que tinha acontecido, então eu tomei umas doses e fui pra casa da ricaça.
Chegando lá, eu encontrei um monte de policial colocando faixa amarela em volta da casa e não entendi porra nenhuma, perguntei pra um cara de terno 'que porra que aconteceu aqui?' e o homem me respondeu 'o marido encontrou o amante da mulher e matou os dois a tiro' e aí eu gelei. 'Será que eu to morto?' pensei. Aí eu pensei que talvez eu estivesse só bêbado demais e fiquei ali parado mais um tempo enquanto pensava na ideia. Fui perguntar pro policial o nome do amante que morreu. 'Amarildo da Silva'. Não era eu. Porra, ainda bem que não era eu, NÉ? Mas isso queria dizer que eu não era o único amante da vagabunda, e chamo de vagabunda justamente porque eu não era o único amante dela. Sacana.
Voltei pro bar que eu tava e estou bebendo e escrevendo nele até hoje. Não lembro por que comecei essa história, mas vou sentir saudade daquela boceta gorda e rica e esnobe que me traiu com outro pé rapado. Luciana era o nome dela.
'Um brinde à Luciana'.
O barman me ignorou e eu voltei a beber.

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